Sabemos que por muitos anos o cabelo afro sofreu com a conotação de ser um cabelo difícil/mau, tanto é que desde pequenos que somos ensinados a não aprecia-lo na sua forma e textura. Mesmo em África, muitas mulheres desfrisavam o cabelo com o intuito de o deixarem menos volumoso ou de o alisar por completo.
Mal sabíamos na altura do poder da coroa que carregávamos em nós. O poder do afro que, diga-se de passagem, carrega uma história que vem desde os nossos ancestrais.
As modas e tendências no cabelo afro têm vindo a oscilar e a adaptar-se ao longo dos tempos, contudo somente a partir dos anos 2000 em diante é que a liberdade de escolha e o livre estilo, assim como a representatividade começou a tomar forma na sociedade.
Historicamente, as tranças sempre foram utilizadas pelas tribos africanas, muitas vezes como forma de diferenciarem-se umas das outras. A mais utilizada era a nagô (ou tranças corridas rente ao couro cabeludo).
O cabelo afro é uma identidade, um marco, uma cultura e tornou-se até uma tendência de moda nas décadas passadas. Porém a nova era é marcada pelos enfrentamentos étnico-raciais e pela resistência para resgatar a origem, o estilo e, principalmente, aumentar a autoestima das pessoas negras, que passaram a aderir cada vez mais aos penteados afros, como as tranças.
Ou seja, diferentemente das décadas anteriores em que o cabelo afro era simplesmente uma tendência sazonal, hoje em dia o uso e a aceitação deste carrega valor e um marco simbólico para a sociedade atual.
O cabelo afro, as tranças e todo e qualquer outro estilo que nos remeta às nossas ancestralidades representam a resistência e luta do nosso povo e a Afrobraids foi pioneira nessa revolução aqui em Portugal.