Afrobraids – A criação, o desempenho e o cabelo afro em Portugal

Equipa Afro Braids

Falar do Afro Braids, é contar também a história da fundadora Nádia Garcia.

Nádia começou a fazer as primeiras tranças aos 9 anos de idade ainda em Cabo Verde nas próprias bonecas, e nos tempos livres juntamente com as amigas, trançavam-se umas às outras. Através da apreciação dos penteados que as amigas faziam, Nádia inovava e fazia sempre algo diferente daquilo que via, o que a levou a ganhar prática, conhecimento e experiência na área antes de se tornar uma profissional.

Posteriormente, em 2008 Nádia viajou para Portugal (Porto) para fazer um curso de Técnico Comercial, aonde ela continuou a trançar os muitos estudantes que conheceu durante esta fase da vida.

Ao terminar os estudos e já então em Lisboa, Nádia começou a trabalhar como cabeleireira num salão na Buraca, e depois em outro salão na Reboleira onde esteve por 3 anos: “…eu não sabia fazer nada além de trançar… e quando comecei a trabalhar toda gente queria fazer o oposto daquilo que eu sabia. Eu é que tive de começar a mudar as pessoasfalava para cortarem as pontas com desfrise, cuidar do cabelo para que ficasse natural…”

Na altura em Portugal, segundo relata Nádia Garcia, não haviam salões especializados no cabelo afro e consequentemente, pouca valorização do mesmo: “…em todos os salões onde colocava os pés na altura era para desfrisar, cortar ou colocar postiço e aquilo começou a me chatear…”

A revolução começou em 2017, quando Nádia abriu o próprio cabeleireiro, cujo nome foi inspirado em um trabalho que fez durante a escola, em que esta criou uma empresa fictícia (cabeleireiro) com o nome de Afro Braids.

Nádia explica o conceito do nome: Afro quer dizer Nos Kabelu ki ta identificanu (o nosso cabelo que nos identifica) e Braids quer dizer as tendências/tranças que eu sempre desenvolvo.

Na atualidade, pode-se ver e muito bem que o conceito realmente enraizou-se e foi muito bem aceite em Portugal, tanto é que posteriormente, Nádia abriu mais dois salões (Porto e Cacém respetivamente) e conta agora com cerca de 25 profissionais que trabalham com ela.

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